No mundo automotivo atual, a quantidade de fabricantes cresceu tanto que muitos nomes se tornaram apenas coadjuvantes no mercado. Com o avanço tecnológico, a popularização dos carros elétricos e a exigência cada vez maior dos consumidores, nem todas as marcas conseguem acompanhar o ritmo. Algumas, mesmo com décadas de existência, já não despertam paixão nem confiança. A ausência de inovação e identidade torna essas fabricantes cada vez mais irrelevantes, e se elas simplesmente desaparecessem, pouca ou nenhuma falta fariam para a maioria das pessoas.
Há marcas que seguem existindo apenas pela força do nome ou por pertencerem a grandes grupos automotivos que as mantêm vivas artificialmente. Muitas não apresentam novidades marcantes há anos, repetindo modelos reciclados e design ultrapassado, como se ainda estivessem presas ao passado. Essas empresas não conseguem mais criar um vínculo emocional com o consumidor, algo essencial em um mercado movido também por status, confiança e desejo. Quando não há mais esse elo, a marca perde sua razão de ser.
Outra questão que pesa é a baixa presença de mercado. Algumas marcas simplesmente não conseguem competir em nível global e ficam restritas a nichos específicos, com vendas irrisórias e pouca relevância em termos de inovação ou contribuição técnica. Elas ocupam espaço em concessionárias, mas raramente aparecem nas ruas. Quando um carro é tão raro que surpreende ao ser visto, isso diz muito sobre a falta de impacto da marca como um todo. Ninguém sente falta do que mal conhece.
Além disso, há marcas que insistem em manter um catálogo limitado e repetitivo, apostando em poucos modelos que, com o tempo, perdem o apelo até mesmo entre seus consumidores fiéis. A ausência de renovação, seja em design, desempenho ou recursos tecnológicos, mostra o distanciamento dessas empresas em relação ao que o público realmente busca. E quando a empresa ignora o que o consumidor deseja, é questão de tempo até que ele a ignore também.
A crise ambiental também deixou marcas pelo caminho. Algumas fabricantes não conseguiram se adaptar à nova realidade de emissões mais restritas, metas de sustentabilidade e expectativa de responsabilidade ecológica. Enquanto concorrentes se reinventam com carros híbridos e elétricos de alto desempenho, outras seguem com motores ultrapassados, alta emissão de poluentes e nenhum plano real para o futuro. Esse descompasso as empurra cada vez mais para fora do jogo.
Mesmo no quesito segurança, que deveria ser prioridade absoluta, existem marcas que deixam a desejar. Modelos com avaliações ruins em testes de colisão, ausência de tecnologias básicas como frenagem automática ou controle de estabilidade, e baixa durabilidade acabam colocando essas fabricantes no radar negativo dos consumidores mais atentos. E a reputação ruim se espalha rápido, principalmente em tempos de redes sociais e plataformas de avaliação.
O marketing também influencia fortemente a percepção do público. Há marcas que simplesmente não conseguem se comunicar bem com seu público-alvo, criando campanhas sem personalidade ou tentando copiar rivais de forma descarada. A falta de uma identidade própria faz com que esses nomes desapareçam na multidão, sem causar impacto ou despertar curiosidade. Quando o marketing não consegue nem mesmo apresentar os diferenciais de um carro, é difícil justificar a existência daquela empresa.
Por fim, o desaparecimento de certas marcas poderia até beneficiar o setor automotivo como um todo. A saída dessas empresas abriria espaço para novos fabricantes mais inovadores, sustentáveis e conectados às demandas reais da sociedade moderna. Em um mercado cada vez mais competitivo, não há mais espaço para quem insiste em viver de passado, ignora o presente e não constrói um futuro. E se ninguém sentir saudade, talvez o fim seja o destino mais natural.
Autor : Ivash Jocen