Oluwatosin Tolulope Ajidahun explica que, entre os diversos hormônios que regulam o ciclo menstrual e a capacidade reprodutiva da mulher, a progesterona ocupa posição central na fase lútea. A produção adequada desse hormônio é essencial para a preparação do útero, a manutenção da gravidez nas fases iniciais e o sucesso da implantação embrionária.
A fase lútea se inicia após a ovulação e é caracterizada pela atuação do corpo lúteo, estrutura temporária formada no ovário, que secreta progesterona. Essa substância age diretamente sobre o endométrio, tornando-o espesso, vascularizado e receptivo ao embrião.
Funções reprodutivas da progesterona: mais do que um suporte endometrial
A principal função da progesterona é transformar o endométrio proliferativo em um tecido secretor, capaz de acolher o embrião. Além disso, ela reduz a contratilidade uterina, inibe a resposta imune contra o embrião e modula a produção de citocinas inflamatórias. Essas ações criam um ambiente uterino tolerante, silencioso e propício ao início da gestação.
De acordo com Oluwatosin Tolulope Ajidahun, a deficiência de progesterona na fase lútea pode ocorrer mesmo em mulheres que ovulam regularmente. Esse distúrbio, conhecido como insuficiência lútea, é responsável por ciclos menstruais curtos, sangramentos intermenstruais e repetidas falhas de implantação em tratamentos de fertilização in vitro (FIV).
Outro papel importante da progesterona está na sua capacidade de suprimir a resposta imunológica excessiva, impedindo que o sistema imune da mãe rejeite o embrião por considerá-lo um corpo estranho. Sua ausência ou insuficiência pode ativar mecanismos inflamatórios que comprometem a continuidade da gestação.
Avaliação dos níveis de progesterona e suplementação na fertilidade
A dosagem da progesterona no sangue, geralmente realizada entre o 21º e o 23º dia do ciclo menstrual, é uma das formas de avaliar a qualidade da fase lútea. No entanto, esse exame isolado pode não ser suficiente. A análise deve ser associada ao histórico clínico, ao padrão do ciclo menstrual e, em alguns casos, ao monitoramento por ultrassonografia.
Tosyn Lopes destaca que, em tratamentos de reprodução assistida, a suplementação de progesterona é quase sempre necessária, especialmente quando o ciclo é induzido ou artificial. A administração pode ser feita por via vaginal, oral ou intramuscular, e o protocolo deve ser individualizado conforme a resposta da paciente.

A deficiência de progesterona também pode ocorrer em mulheres com distúrbios da tireoide, hiperprolactinemia, síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou idade materna avançada. Nesses casos, é fundamental tratar as causas subjacentes para garantir uma produção hormonal mais eficiente e restaurar a fase lútea natural.
Além do papel hormonal, hábitos como alimentação equilibrada, sono adequado e controle do estresse também contribuem para a produção e regulação da progesterona, especialmente em ciclos ovulatórios espontâneos.
Importância da fase lútea em ciclos naturais e induzidos
A fase lútea não deve ser negligenciada nem em tentativas espontâneas de gravidez, nem em ciclos de fertilização assistida. Em ambos os contextos, sua integridade determina o sucesso da implantação e da progressão inicial da gestação. A identificação de falhas nesse período pode ser decisiva para ajustar protocolos terapêuticos e aumentar as chances reprodutivas.
Segundo Tosyn Lopes, o suporte adequado da fase lútea tem demonstrado impacto direto nas taxas de sucesso de FIV, especialmente em mulheres com baixa resposta ovariana ou idade avançada. A escolha do tipo de progesterona e o tempo de uso são aspectos que devem ser cuidadosamente ajustados para cada caso.
Nos casos de abortamentos recorrentes, a avaliação da função lútea também pode fornecer pistas importantes. Estudos indicam que a suplementação precoce, iniciada logo após a ovulação, pode contribuir para a manutenção da gravidez, principalmente quando associada ao tratamento de outras causas subjacentes.
A progesterona como elo entre ovulação e gestação
A progesterona representa o elo funcional entre a ovulação e o início de uma nova vida. Sua atuação discreta, mas decisiva, permite que o embrião encontre um ambiente favorável à implantação e ao desenvolvimento. O reconhecimento da sua importância permite intervenções simples, porém altamente eficazes, no contexto da infertilidade.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun frisa que, em qualquer investigação de infertilidade, a análise da fase lútea e dos níveis de progesterona deve ser parte essencial do cuidado. Muitas vezes, pequenas correções hormonais podem fazer grande diferença na realização do desejo de engravidar.
Autor: Ivash Jocen
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